A distribuição de lucros sempre foi uma das formas mais inteligentes de os empresários retirarem dinheiro da empresa sem pagar imposto adicional.
Por muitos anos, essa isenção representou uma vantagem importante, permitindo que os empresários reduzissem sua carga tributária de maneira legal.
No entanto, o cenário mudou. Com a nova lei que estabelece tributação sobre a distribuição de lucros acima de R$ 50 mil mensais, o planejamento financeiro das empresas vai precisa ser reorganizado.
Se você é empresário, sócio de empresa ou profissional liberal com CNPJ, entender como essa regra funciona é essencial para manter sua operação segura, evitar multas e continuar pagando o menor imposto possível dentro da lei.
Para saber mais, continue conosco até o final do artigo e confira todos os esclarecimentos que o Eu Contador preparou para você.
Por que o governo decidiu tributar a distribuição de lucros?
Durante 30 anos o Brasil manteve um modelo incomum em comparação com outros países: permitia que 100% dos lucros distribuídos aos sócios fossem isentos de Imposto de Renda.
Esse benefício existia para estimular o empreendedorismo, facilitar o reinvestimento nas empresas e compensar a carga tributária elevada do país.
Com o passar dos anos, porém, dois fatores mudaram essa visão:
- Busca por maior justiça tributária: Muitos profissionais de alta renda passaram a atuar via pessoa jurídica justamente para reduzir impostos, retirando valores elevados como lucros isentos enquanto pagavam um pró-labore muito pequeno.
- Reforma do Imposto de Renda: Ao ampliar a faixa de isenção para trabalhadores assalariados, o governo buscou uma forma de compensar a renúncia fiscal e encontrou na tributação de lucros altos uma opção considerada mais equilibrada.
Por isso, foi adotado um modelo que mantém a isenção para a grande maioria dos empresários, mas permite que a Receita Federal passe a cobrar imposto daqueles que recebem valores elevados.
Qual é a nova regra da tributação sobre lucros?
A lei 15270/25 estabelece um limite de R$ 50 mil mês por sócio para distribuição de lucros isenta. Isso equivale a uma média de R$ 600 mil anual.
Funciona assim:
- Até R$ 600 mil anuais → isento de IR, desde que a contabilidade da empresa comprove o lucro.
- Acima de R$ 600 mil anuais → tributação de 10% sobre o excedente.
Essa regra vale para todos os regimes tributários:
- Simples Nacional
- Lucro Presumido
- Lucro Real
Ou seja, qualquer tipo de empresa que distribua lucros aos sócios deve observar o novo limite.
Quem será mais impactado pela nova tributação?
A mudança não afeta a maioria dos pequenos negócios. O impacto será maior para sócios que recebem lucros elevados.
Os principais perfis que sentirão a tributação são:
- Empresários de médio e grande porte.
- Profissionais liberais de alta renda (médicos, dentistas, advogados, consultores, engenheiros).
- Sócios que concentram a retirada de valores no final do ano.
- Empresas com estrutura societária enxuta, onde um sócio recebe a maior parte dos lucros.
Já micro e pequenas empresas que retiram valores menores tendem a não ultrapassar o limite anual.
Como funciona quando a empresa tem vários sócios?
A regra não se aplica ao total distribuído pela empresa, mas sim ao valor recebido por cada sócio individualmente.
Exemplo:
- Empresa distribuiu R$ 2 milhões no ano.
- Há quatro sócios, cada um recebendo R$ 500 mil.
Resultado:
- Nenhum dos sócios ultrapassa os R$ 600 mil.
- Todos permanecem isentos.
Mas se um sócio receber R$ 700 mil enquanto os outros recebem valores menores:
- Apenas esse sócio ultrapassa o limite.
- Apenas ele será tributado.
Isso torna a distribuição mais justa e evita distorções.
Quais estratégias ajudam a reduzir o impacto da tributação?
Com a nova regra, o planejamento contábil e societário passa a ser ainda mais importante.
Algumas estratégias comuns incluem:
- Revisão da forma de distribuição: Analisar se a empresa deve distribuir lucros mensalmente, trimestralmente ou concentrar no final do ano pode reduzir o risco de tributação indevida.
- Ajuste do pró-labore: Muitos sócios retiram valores de pró-labore baixo, mas recebem lucros altos. Com a nova regra, pode ser vantajoso equalizar essas retiradas para manter o limite anual.
- Planejamento societário: Em alguns casos, incluir novos sócios ou reorganizar a participação pode ajudar a dividir responsabilidades e distribuir lucros dentro do limite isento.
- Contabilidade precisa e atualizada: A isenção só se mantém se a empresa tiver escrituração completa. Sem uma contabilidade organizada, a distribuição passa a ser automaticamente tributada.
Perguntas frequentes sobre distribuição de lucros
Confira respostas para algumas perguntas frequentes sobre as novas regras para distribuição de lucros:
- Posso continuar distribuindo lucros isentos?
Sim, desde que você não ultrapasse R$ 600 mil por ano por sócio.
- Empresas sem contabilidade podem distribuir lucros sem pagar imposto?
Não. Sem contabilidade, não há como comprovar o lucro real. Nesse caso, a distribuição é tributável.
- Vale a pena antecipar lucros antes da lei entrar em vigor?
Em alguns casos pode ser vantajoso, mas isso deve ser avaliado com cuidado, pois pode comprometer o fluxo de caixa e o balanço contábil.
- A regra vale para empresa do Simples Nacional?
Sim. O regime de tributação não altera o limite anual da isenção.
- Como funciona a regra para empresas com vários sócios?
A análise é individual, e não por empresa. Cada sócio tem seu próprio limite de isenção.
Como o Eu Contador pode ajudar sua empresa
A nova tributação sobre lucros não precisa ser um problema. Com o acompanhamento especializado do Eu Contador, é possível:
- Manter a distribuição dentro da faixa isenta sempre que possível.
- Organizar a contabilidade para evitar riscos e multas.
- Planejar a retirada dos sócios de forma mais inteligente.
- Reduzir a carga tributária sem correr riscos fiscais.
- Reavaliar o regime tributário da empresa.
- Estruturar um planejamento societário seguro e eficiente.
Nossa equipe analisa cada caso individualmente e monta a estratégia mais vantajosa para o seu negócio, sem achismos e sem improviso.
Conclusão
A tributação sobre distribuição de lucros representa uma mudança significativa no ambiente tributário brasileiro. Mas, apesar do impacto, a boa notícia é: a isenção continua existindo para a grande maioria dos empresários.
A diferença agora é que manter esse benefício exige organização, contabilidade atualizada e planejamento.
Com orientação profissional, você pode continuar retirando lucros da empresa de forma estratégica, segura e pagando apenas o imposto que realmente deve.
👉 Quer saber quanto você poderá distribuir de forma isenta e como reduzir o impacto da tributação?
Fale agora com o Eu Contador. Estamos prontos para te ajudar.







