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Quais são as alíquotas dos impostos na reforma tributária?

A reforma tributária é um dos temas mais discutidos dos últimos anos no Brasil, em especial, após a promulgação da Emenda Constitucional nº 132/2023 e o avanço da Lei Complementar nº 214/2025. 

Entre as principais mudanças está a unificação de diversos tributos e a criação de novas alíquotas para os impostos sobre o consumo. 

Mas afinal, quais são as alíquotas da reforma tributária e como elas impactam empresas e consumidores? Neste artigo, o Eu Contador explica tudo o que você precisa saber.

O que muda com a reforma tributária

Antes da reforma, o sistema tributário brasileiro era considerado um dos mais complexos do mundo, com dezenas de impostos e regras distintas em cada estado e município. 

A nova estrutura busca simplificar essa realidade, unificando tributos e criando um modelo mais transparente.

No caso dos impostos sobre o consumo, a reforma substitui cinco tributos atuais (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por dois novos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS)

Além deles, foi criado o Imposto Seletivo (IS), que incide sobre produtos nocivos à saúde ou ao meio ambiente.

Alíquota padrão do IBS e da CBS

Um dos pontos mais aguardados da reforma era a definição das alíquotas do IBS e da CBS. A estimativa divulgada pelo governo federal é que a alíquota padrão combinada (somando os dois tributos) fique em torno de 28%, podendo variar conforme o tipo de produto ou serviço.

 

Essa alíquota será aplicada sobre a maioria dos bens e serviços, substituindo o atual sistema em que cada ente (União, Estado e Município) tinha regras próprias. 

O objetivo é trazer neutralidade e transparência, com crédito integral do imposto pago nas etapas anteriores da cadeia.

Alíquotas reduzidas e regimes diferenciados

Apesar de a regra geral ser a alíquota padrão, a reforma prevê alíquotas reduzidas para alguns setores considerados essenciais à população. 

Essas reduções foram incluídas para garantir que a nova carga tributária não aumente o custo de produtos e serviços básicos.

Entre os principais casos de redução de alíquotas, estão:

 

Essas reduções serão regulamentadas por lei complementar e poderão sofrer ajustes conforme o impacto econômico e social de cada setor.

Imposto Seletivo (IS): o “imposto do pecado”

O Imposto Seletivo, conhecido popularmente como “imposto do pecado”, é outra novidade trazida pela reforma. 

Ele será aplicado sobre bens e serviços considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, funcionando como um desincentivo ao consumo.

Entre os produtos que devem ser tributados pelo IS estão:

 

A alíquota do IS será variável conforme o tipo de produto, mas ainda não há percentuais definidos oficialmente. O governo deve editar decretos e regulamentações específicas para cada categoria.

Alíquota específica para combustíveis

Um dos pontos sensíveis da reforma foi o tratamento diferenciado dado ao setor de combustíveis. 

Devido à importância logística e à alta arrecadação, os combustíveis terão alíquotas específicas e uniformes em todo o país.

O objetivo é evitar variações de preço entre estados e simplificar a cobrança. A tributação será feita uma única vez na cadeia produtiva, diretamente nas refinarias, importadoras ou produtores, reduzindo a complexidade e o risco de evasão fiscal.

Carga tributária final e impacto para o consumidor

Uma das maiores dúvidas da população é se a reforma vai aumentar ou reduzir os preços. A expectativa do governo é que a carga tributária permaneça estável, mas com melhor distribuição entre os setores.

Na prática, setores que hoje têm muitos benefícios fiscais podem pagar mais, enquanto outros, que atualmente sofrem com cumulatividade e burocracia, poderão pagar menos. 

O sistema de créditos do IBS e CBS tende a eliminar o efeito cascata, permitindo que o imposto pago em cada etapa seja descontado no preço final.

Além disso, a transparência será uma das maiores vantagens: as notas fiscais deverão indicar de forma clara o valor do imposto embutido, permitindo ao consumidor entender quanto realmente está pagando.

Fase de transição das alíquotas

A implantação da reforma tributária será gradual, ocorrendo ao longo de 7 anos (2026 a 2032). O cronograma previsto é:

 

Durante esse período, coexistirão tributos antigos e novos, exigindo planejamento contábil e fiscal cuidadoso por parte das empresas.

Simples Nacional e reforma tributária

Empresas enquadradas no Simples Nacional continuarão no regime especial, com um tratamento diferenciado. 

No entanto, será possível destacar o valor do IBS e CBS nas notas fiscais, para que os clientes possam aproveitar créditos desses tributos.

Essa medida é especialmente relevante para empresas que vendem para outras pessoas jurídicas, permitindo maior integração com a nova estrutura tributária e incentivando a formalização.

Conclusão

As alíquotas dos impostos na reforma tributária representam um avanço em direção a um sistema mais justo, transparente e eficiente. 

Apesar de parecer elevada à primeira vista, a alíquota padrão busca corrigir distorções históricas, reduzir a cumulatividade e eliminar a guerra fiscal entre estados.

No entanto, o período de transição exigirá planejamento estratégico e suporte contábil especializado.

Cada empresa precisará analisar como as novas regras afetam seu setor, sua precificação e seus contratos de longo prazo.

O Eu Contador está preparado para ajudar empreendedores e profissionais liberais a se adaptarem à nova realidade tributária com segurança e eficiência. 

Quer entender como a reforma impacta sua empresa e como planejar os próximos anos? 

Entre em contato conosco e conte com o apoio de especialistas em gestão tributária e fiscal.

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