Na semana passada, conversava com um executivo que se queixava da empresa, do chefe, do salário, enfim, nada estava bom no emprego. Entretanto, quando perguntei a ele por que não se demitia, ele disse que não faria isso, pois perderia o dinheiro das 
indenizações.
Mas que já pedira a seu chefe para ser demitido e estava aguardando uma resposta.
Não é incomum encontrarmos pessoas que estão infelizes no trabalho e que pedem para ser 
demitidas.
O Estado, cada vez que deseja preservar direitos, acaba interferindo nas relações de trabalho de maneira deletéria.
As leis criam direitos em excesso e, nessa situação, podem ser considerados o funcionário é 
 não quer perder a 
oportunidade de ganhar dinheiro para se desligar.
 
Do outro lado, o 
empregador não deseja ter
 custos adicionais para interromper o contrato de trabalho com o funcionário, ainda mais em momento de crise. O que fazer para conduzir o processo?
Essa é uma daquelas situações nas quais as mazelas brasileiras tornam qualquer solução um risco em potencial.
É uma combinação complexa de: jeitinho brasileiro; síndrome dos direitos adquiridos; desejo de ser amigo de todo mundo – por parte do patrão e do empregado; medo de arcar com as consequências de uma decisão; levar vantagem; e procrastinação.
 
Sob o ponto de vista ético, a resposta é não aceitar demitir o funcionário.
Quando o empregador o faz, para ser camarada com ele, pode incorrer no incentivo para que outros façam o mesmo. Entretanto, ao dizer “não”, também podem acontecer situações arriscadas.
Formas de forçar o desligamento
Uma delas é o 
empregado fazer de tudo para
 forçar o desligamento:
 	- faltar,
 
 	- atrasar,
 
 	- entregar trabalhos sem qualidade.
 
Entretanto, se perder a mão, pode acabar com uma conduta abusiva que o fará perder o emprego por justa causa, além disso
é a empresa tentar forçá-lo a pedir demissão:
 	- deixá-lo de lado para novas tarefas e
 
 	- reduzir a relevância de sua atuação,
 
 	- gerar um processo de assédio moral/danos morais.
 
Em ambas as situações, o clima organizacional vai ser afetado e, com certeza, o prejuízo será grande no longo prazo.
Ter alguém 
desmotivado no ambiente de trabalho é algo 
terrível de gerenciar e gera estresse, perda de energia e riscos de algum dano para a empresa.
Do lado do 
empregado, a situação também pode criar um 
contexto desfavorável.
Como explicar a demissão?
Afinal, como ele vai explicar que foi 
demitido para o potencial 
empregador? Pois, se disser que foi desligado, terá de 
esclarecer por que a empresa anterior o fez e, se dizer que pediu para ser 
demitido, colocará sua integridade em dúvida perante a nova empresa, que poderá recusá-lo por isso, uma vez que nada garante que, se ele desejar se desligar, não pedirá para fazer o mesmo no futuro.
Portanto, a 
melhor prática para quando o funcionário solicitar o desligamento é esclarecer essas consequências possíveis e decidir à luz do que considerar o mais apropriado para cada situação.
Entretanto, o mais recomendável é ter uma política estabelecida e segui-la com rigor.
		
		
De preferência, ela deve estar inserida em um sistema justo, de avaliação objetiva, recompensas apropriadas e sob lideranças bem formadas. Acima de tudo, deve-se cumprir a lei.
Por último, é importante saber que, não importa quão favorável seja para o empregado esse tipo de acordo, ele 
cria riscos jurídicos para a empresa.
Penso que está na hora de exigir que haja menos interferência do Estado na relação do empregado com o empregador.
No futuro, espero que haja maior liberdade e responsabilidade de ambas as partes para celebrar acordos que sejam mais justos com o histórico do empregado na companhia.
Mas que sejam, simultaneamente, equilibrados e que não fiquem à mercê de leis tão anacrônicas quanto as atuais. Veja:
Sílvio Celestino é sócio-fundador da Alliance Coaching.
Fonte: Exame.com
O euContador é um escritório de contabilidade online com atendimento direto e personalizado (chat, skype, whatsapp ou telefone).
Mantemos sua empresa 100% REGULARIZADA !